A morte de Dora (Claudia Ohana) obrigou os telespectadores a gastar os estoques de lencinhos de papel no capítulo desta quinta (20) em Vai na Fé. A cena, bastante elogiada nas redes sociais, teve um detalhe que pode ter passado despercebido pelo público. O livro lido por Fábio (Zécarlos Machado) é o mesmo que serviu de base para Rosane Svartman escrever Bom Sucesso (2019).
A médica Ana Claudia Quintana Arantes, que escreveu A morte é um dia que vale a pena viver (Sextante), foi uma das consultoras da novela das sete da Globo. Ela é uma das principais especialistas no país em cuidados paliativos –os mesmos que guiaram a mãe de Lumiar (Carolina Dieckmann) em seus últimos meses de vida.
O tema já havia sido abordado anteriormente por Rosane e Paulo Halm em Bom Sucesso, a partir da troca de exames de Paloma (Grazi Massafera) e Alberto (Antonio Fagundes). Na época, os roteiristas já haviam colocado vários trechos da obra na boca de seus personagens.
Fábio ganhou o livro das mãos do doutor Mauri –inspirado no próprio pai de Rosane– em Vai na Fé. Ele leu um trecho em que Ana Claudia faz um paralelo entre os quatro elementos da natureza e as etapas da morte.
“Se pensamos na dissolução da terra, é óbvio que se trata da questão física, concreta, o corpo começa a se desintegrar, fica mais debilitado. Depois virá a dissolução da água, a pessoa tende a ficar mais introspectiva e para dentro da própria vida”, leu.
“Chega o momento da verdade, de encarar com honestidade o caminho percorrido. Na dissolução do fogo, cada uma das células tomará consciência de que o tempo está acabando, mas ainda é tempo de vida. É a famosa visita da saúde. A pessoa tem a chance de mostrar o que a trouxe até aqui: amor”, continuou.
“Nada pode ser mais íntimo do que compartilhar com alguém o processo de morrer, nem sexo, nem beijo. Começa então a dissolução do ar. Teremos que devolver o sopro vital que foi dado por Deus, seja qual for a sua religião, e ele sairá pelo mesmo caminho por onde entrou.
Fonte: Notícias da TV UOL