Arte Despertar realiza atendimentos virtuais levando narração de histórias, arte e cultura, conectando familiares e pacientes internados durante a pandemia
Para quem tem um familiar internado em uma UTI de Covid-19, o sentimento muitas vezes é de impotência. Diferente de outras doenças, a pandemia exige o distanciamento e algumas vezes as notícias e atualizações são recebidas via ligações telefônicas feitas pelos profissionais da saúde que atuam no hospital. Essa sensação de não poder estar presente, faz com que a angústia passe a fazer parte daquele mix de sentimentos já tão aflorados.
E não somente os pacientes com Covid precisam de cuidado e atenção, pois outros tipos de tratamentos e cirurgias continuam sendo realizados diariamente, e muitas famílias não conseguem acompanhar de perto a evolução e o cuidado com o paciente.
Foi diante desse contexto que o Movimento Acolher surgiu em 2020 na Arte Despertar. Ele busca amenizar os sentimentos de estresse e ansiedade apoiando o fortalecimento emocional e a valorização dos vínculos afetivos, a partir da realização de ações com profissionais da saúde, pacientes e familiares.
Em 2020, a Arte Despertar impactou 44.638 pessoas em todas as suas ações, sendo dessas 41.229 com projetos online e 2.826.530 através das redes sociais. E em 2021, a proposta continua semelhante com conteúdo produzido pelos arte-educadores da organização, que atuam em hospitais públicos e filantrópicos da cidade de São Paulo, por meio do projeto Promovendo Cultura nos Hospitais (Lei de Incentivo à Cultura), do qual o Movimento Acolher faz parte atualmente.
Presente no Instituto do Coração (Incor) há 23 anos, a Arte Despertar precisou adaptar seu trabalho no momento da pandemia. A ação com narração de histórias e música que era feita presencialmente, passou a ser realizada de forma virtual, através de vídeos chamadas e conteúdos gravados pelos arte-educadores, com o objetivo de conectar as famílias e os pacientes através de voluntários que atuam no hospital. “Através disso a gente encontra pacientes que saem de momentos mais depressivos, de momentos de maior tristeza, de desesperança, com relatos extremamente significativos. Do tipo: eu estou reencontrando o lado bom na minha vida. Isso reacendeu a minha vontade de viver, isso me trouxe esperança”, relata Vera Bonato, coordenadora do Grupo de Humanização do Incor.
“Os níveis de estresse estão ainda mais altos. Diante desse contexto, entendemos que o nosso trabalho se torna ainda mais importante e necessário no ambiente hospitalar. A interação com a arte possibilita entrar em contato com memórias, emoções e sentimentos, proporcionando bem-estar, alívio do estresse e da ansiedade. Tudo isso contribui para a saúde emocional do paciente, dos familiares e, também, do profissional da saúde”, Rosana Junqueira Morales, diretora executiva da Arte Despertar.
Projeto de lei prevê visita virtual de familiares a pacientes com Covid-19
Depois de mais de 1 ano de pandemia, a sociedade está se mostrando cada vez mais preocupada com o cuidado e o acolhimento dos pacientes durante esse momento. Um novo cenário gerou a necessidade de uma nova política e de novos protocolos de atendimento. Em suas redes sociais, Dra. Ana Claudia Arantes tem feito um amplo movimento e apadrinhou o projeto que é um dos muitos, entre leis Municipais e Estaduais, que estão tramitando na Câmara dos Deputados relacionados ao tema. O Projeto de Lei 2136/20, do deputado Célio Studart (PV-CE), também chamado de Lei Ana Claudia Arantes, prevê a visita virtual, por meio de videochamadas, de familiares a pacientes internados em decorrência da Covid-19. “Já existiam diversas Leis Municipais e Estaduais e dois Projetos de Leis Federal tramitando na Câmara dos Deputados. Assim, entramos em contato com os gabinetes dos deputados autores dos Projetos de Lei, que nos explicaram a morosidade na tramitação e como poderíamos auxiliar como sociedade. Neste sentindo, fui convidada a me unir com parlamentares e movimentos da sociedade civil justamente promover o conhecimento de todos sobre um Projeto de Lei que já havia sido proposto em abril de 2020, sobre uma prática, já utilizada no mundo todo – a realização de visitas virtuais hospitalares por videochamada – com objetivo de garantia do direito de expressão de afeto, de fortalecer o tratamento humanizado, ao respeito à dignidade da pessoa humana”, relatou Ana Claudia em suas redes sociais.
Fonte: Portal Segs