Era agosto quando Tatiana Zaccaro, diretora da GL Events, responsável pela realização da Bienal do Livro, decidiu que promoveria o evento. “Correndo riscos”, ela diz, pois, apesar do avanço no calendário de vacinação contra o coronavírus, o momento ainda inspirava cuidados. De lá para cá deu tempo, inclusive, de apresentar duas novidades: o formato híbrido e a ampliação do número de curadores, que nesta edição chega a 11 pessoas. O evento será realizado entre os dias 3 e 12 de dezembro no Riocentro.
O time de curadores é responsável pela Estação Plural, que abrange toda a programação de debates da Bienal. As discussões serão presenciais (alguns convidados participarão virtualmente) e terão transmissão ao vivo no site do evento.
— Temos o compromisso de fazer com que a programação da Bienal contemple uma grande diversidade de temas e de público. Queremos falar de LGBTQI+, história, política, empoderamento feminino, literatura de periferia, autores negros, livros para adolescentes, ficção e não ficção… E vimos que, para que pudéssemos trazer um olhar multidisciplinar e transversal para todas as mesas, precisaríamos chamar especialistas de todas as áreas — diz Tatiana.
Um deles é a cineasta Rosane Svartman, que coordena o grupo com a também cineasta Letícia Pires e fez a curadoria da Arena sem Filtro em 2017 e 2019.
—Já em 2017 pude perceber que alguns mediadores, como a (escritora) Ana Paula Lisboa, poderiam enriquecer os debates como curadores. Por isso, em 2019, fizemos o convite a ela. Este ano, quando nos propuseram aumentar ainda mais esse número, achei ótimo. Mais curadores significa mais olhares. E cada um traz a sua experiência e a sua escuta para construir essas mesas — diz Rosane. — O grande salto da Bienal em 2021 foi ter pensado nisso de forma mais ampla e desde o início.
No dia 11, às 11h, ela mediará a mesa “O bem viver”, que refletirá com os escritores Fabrício Carpinejar e Ana Claudia Quintana Arantes e a jornalista Michelle Soares sobre como viver de foma plena em momentos difíceis.
Estreante na curadoria, o jornalista Edu Carvalho participa da Bienal desde 2017, quando começou publicando conteúdo nas redes sociais do evento. Em 2019, foi escolhido para mediar uma mesa que refletiu sobre o conceito de felicidade com os pensadores Mário Sérgio Cortella e Luiz Felipe Pondé. Este ano, falará sobre “maiorias minorizadas” na mesa “Invisíveis”, dia 12, às 15h, ao lado do jornalista Caco Barcellos, do antropólogo Julian Spyer, do ativista social Rene Silva e da vereadora Erika Hilton.
— O Brasil real está pulsando na Rocinha, onde eu moro, na comunidade ribeirinha da Amazônia, no Centro de São Paulo… São essas pessoas que ajudam a escrever esse grande livro aberto que o país é. E os participantes da mesa dialogam com elas através dos seus trabalhos. Será mesmo que são invisíveis? — questiona Carvalho.
O time completo de curadores é composto por Rosane Svartman, a escritora e cineasta Letícia Pires; a escritora, jornalista e atriz Bianca Ramoneda; o jornalista Edu Carvalho; a escritora, jornalista e apresentadora Ana Paula Lisboa; o ator, roteirista, dramaturgo e escritor Felipe Cabral; a escritora e diretora Claudia Sardinha; o escritor e diretor Julio Ludemir, a jornalista Fátima Sá; a pesquisadora e consultora artística Raphaela Leite; e a escritora, roteirista e jornalista Eliana Alves Cruz.
A programação completa da Bienal pode ser consultada no site do evento. O endereço é www.bienaldolivro.com.br
Fonte: O Globo