O ator Paulo Gustavo, o pianista Nelson Freire, o artista plástico indígena Jaider Esbell, a cantora Marília Mendonça e tantas outras mortes por causas diversas trouxeram à tona o luto. Em um momento tão difícil como o que estamos vivendo, em meio à pandemia do coronavírus, que só no Brasil vitimou mais de 600 mil de pessoas, se torna ainda mais difícil lidar com a morte. Mas você sabia que há profissionais especializados em tornar esse processo menos traumático? É o caso da Ana Claudia Quintana Arantes, médica geriatra, especialista em cuidados paliativos e suporte ao luto.
“O processo de luto começa no dia em que você perde a pessoa, e esse processo é para sempre”
Dra Ana Claudia Quintana Arantes
Lidando diariamente com pacientes em fase terminal de alguma doença, Ana Claudia explica que esse processo vai muito além de uma habilidade técnica: “Muita gente pensa que você vai escolher se comportar de uma forma humana ou técnica. Você pode unir os dois, sempre reconhecendo que a família tem um processo de sofrimento”.
Ainda sobre o luto, Ana diz que “muita gente precisa de um prazo para estabelecer a normalidade. O processo de luto começa no dia que você perde a pessoa, e é para sempre. A fase mais dolorosa, mais desafiadora, acontece no primeiro ano, quando você vai passar pela primeira vez por datas importantes sem a presença física de quem se foi. A pessoa vai transformar o vínculo concreto em algo simbólico. Quando você transforma esse vínculo, ocorre um processo de renascimento da pessoa que morreu. Você sai da dor e entra na saudade, começa a sorrir quando lembra dela”.
Como falar de morte com as crianças?
E como abordar o tema com as crianças? Até que ponto isso é saudável? “É importante interagir com a realidade junto da criança e não tentar protegê-la do sofrimento da perda”, ensina a médica.
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Fonte: Glamurama / Morgana Bressiani