Enquanto se preparava para ir à balada, Ana Michelle Soares colocou um vestido vermelho e se olhou no espelho. “Posso estar morrendo, mas estou bem gata”, pensou.
O episódio, que ela lembra hoje com bom humor, aconteceu em 2015, dias após ouvir uma notícia nada agradável: seu câncer de mama diagnosticado em 2011, quando ela tinha 28 anos, havia se espalhado para outras partes do corpo, num processo conhecido como metástase.
“À época, eu vi no prontuário médico que, a partir dali, o objetivo do meu tratamento era ‘paliativo'”, relata.
“Aquela palavra soava estranha para mim, era como se eu estivesse morrendo. E eu me sentia bem”, continua.
No final de semana após a balada, Soares resolveu entender melhor o que esse tal de paliativo realmente significava. “Quando finalmente compreendi, percebi que era algo óbvio, que deveria ter sido oferecido a mim desde o começo do meu tratamento”, diz.