O céu estava desabando quando Ana Claudia Quintana Arantes começou a dar uma aula eletiva sobre cuidados paliativos na Faculdade de Medicina do ABC, um centro universitário em Santo André, na Grande São Paulo. A apresentação daquela tarde de 2 de fevereiro, uma sexta-feira de trânsito travado, fazia parte de um módulo extra criado este semestre, a pedido dos alunos do sexto ano. Começou um pouco depois do horário marcado – e dois ou três universitários chegaram atrasados, encharcados pelo pé d’água. Nas três horas que se seguiram, os estudantes permaneceram de olhos bem abertos. A médica apontou para slides e alternou os conceitos básicos da disciplina com histórias pessoais que contava com seu jeito característico, sempre fazendo seguidas reproduções de diálogos.
Arantes se formou na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), a escola que ano após ano aparece em todos os rankings como a melhor do país em sua área. Ainda assim, foi jogada no mundo real das patologias simples e complexas sem ter qualquer noção sobre aquilo que considera obrigatório para todo profissional de saúde: dominar protocolos básicos, nada complicados, capazes de aplacar o sofrimento de pacientes com doenças que atingiram o estágio crítico – do controle de dores lancinantes à diminuição da falta de ar, da decisão conjunta sobre o passo a passo do tratamento ao conforto emocional.
Leia o texto completo, escrito pela jornalista Angélica Santa Cruz, na edição de abril da Revista Piauí.
Uma resposta
O trabalho dessa médica é algo fantástico e deveria gerar um curso de extensão.